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Cirurgia Ronco e Apnéia

          Existe uma série de tratamentos que podem ser indicados para pacientes com distúrbios respiratórios obstrutivos do sono (ronco e apnéia). Entre eles existem várias técnicas cirúrgicas que podem ser aplicadas para tratar ou mitigar o problema e tentar evitar que o paciente seja obrigado a usar aparelhos e dispositivos indefinidamente durante o sono. A indicação cirúrgica deve ser feita de maneira cuidadosa pelo médico assistente, já que nem todos os pacientes tem a possibilidade de se beneficiar deste tipo de tratamento.

Radiofrequência de palato

           A radiofrequência de palato é um procedimento minimamente invasivo, realizado em consultório com anestesia local; que tem por objetivo induzir uma cicatrização no tecido do palato mole (parte posterior do céu da boca) de maneira a reduzir a flacidez deste tecido. Durante o sono, um dos mecanismos de produção do ronco é a vibração do palato mole, devido a sua hipotonia e flacidez.

      O procedimento é facilmente tolerado pelo paciente e não impõe limitação significativa nos dias seguintes a sua realização. Após a cicatrização, ocorre deposição de colágeno na região tratada, aumentando a rigidez do tecido e reduzindo a vibração. Este procedimento pode ser indicado de maneira isolada ou em associação a outros tratamentos como o aparelho intra-oral.

radiofrequência de palato

Sling palatal

           O sling palatal é um procedimento minimamente invasivo, que pode ser feito em consultório, com anestesia local. Consiste na introdução de suturas no tecido muscular e submucoso do palato mole que promovem um encurtamento e enrijecimento deste tecido, cuja flacidez e vibração é umas dos principais mecanismos de geração do ronco.

              O desconforto após o procedimento é leve e pouco doloroso. Não há restrição de dieta no período posterior ao procedimento. Pode ser indicado como terapia única ou associado a outros procedimentos, em casos de ronco primário ou apnéia do sono.

pré procedimento

palato após o procedimento

Uvulopalatoplastia

           A uvulopalatoplastia é a mais tradicional cirurgia de faringe para o tratamento de ronco e apnéia. Descrita há mais de 30 anos, baseia-se no tratamento das partes moles da faringe. Em geral a uvulupalatoplastia é associada a amigdalectomia, mas também pode ser realizada em paciente que já removeram as amígdalas.

              Esta técnica evoluiu muito desde a sua descrição, e atualmente é muito diferente da sua primeira versão. Atualmente a manipulação cirúrgica restringe-se às paredes laterais da faringe e porção lateral do palato mole, evitando-se a manipulação da parte média do palato mole. A ressecção da úvula, comum há anos atrás, hoje é evitada, e realizada apenas parcialmente quando a úvula é muito volumosa.

             Esta cirurgia deve ser indicada quando há alteração anatômica das amígdalas e do palato mole que contribua para a obstrução da faringe durante o sono. O objetivo da cirurgia é aumentar o espaço da faringe lateralmente e também no sentido ântero-posterior, reduzindo ou eliminando a sua obstrução durante a noite. O pós-operatório costuma ser doloroso, como qualquer cirurgia de faringe, e exige cuidados especiais de dieta durante uma semana.

amigdalas e palato web

pós cirúrgico

Faringoplastia Lateral

           A faringoplastia lateral é a principal de uma série de técnicas inovadoras de cirurgia faríngea para tratamento de ronco e apnéia do sono. Esta técnica vai além de reconstruir as partes moles da faringe e realiza uma reconstrução da musculatura, com o objetivo de ampliar o espaço respiratório e reforçar as paredes laterais da faringe; assim prevenindo o seu colapso durante o sono.

           A técnica tem dois princípios fundamentais: o primeiro é o reposicionamento do músculo palato-faríngeo, de maneira a reforçar a parede lateral e prevenir seu estreitamento durante o sono. O segundo é a miotomia do músculo constritor da faringe em sua porção média. Esta manobra amplia significativamente o diâmetro látero-lateral e ântero-posterior da faringe.

              A faringoplastia lateral tem eficácia superior às técnicas mais antigas, e permite expandir a indicação de cirurgias de faringe para tratamento de ronco e apnéia, uma vez que vai além de corrigir alterações anatômicas previamente existentes. O desconforto pós-operatório é praticamente o mesmo em relação ao da amigdalectomia e uvulopalatoplastia convencionais.

músculo constritor da faringe

Avanço Maxilo-Mandibular

          Esta cirurgia trata da reconstrução do arcabouço ósseo da face (maxila e mandíbula). Através do avançamento destas duas estruturas no sentido ântero-posterior é possível ampliar o espaço faríngeo significativamente e tratar casos de ronco e apnéia. Esta cirurgia exige a osteotomia (fratura controlada) da maxila e mandíbula, e fixação com placas e parafusos na nova posição. Exige também tratamento ortodôntico associado para que a oclusão dentária seja ajustada.

                   Para que a cirurgia seja eficaz para o tratamento de apnéia do sono, em geral o avançamento deve ser significativo, o que tem consequência estética facial considerável. A cirurgia em si é complexa, e o pós-operatório traz desconforto significativo ao paciente. Apesar disso esta técnica tem bom resultado no controle do ronco e apnéia, podendo ser indicada para este fim, principalmente em paciente que apresentem alterações crânio-faciais como retrognatismo.

avanço maxilo-madibular

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